André Paes e Ludmila Alves
Passados três meses desde que a Embrapark assumiu o serviço de vaga certa em toda a zona sul carioca, os guardadores de automóveis – conhecidos popularmente como flanelinhas – já sentem no bolso as diferenças da administração atual comparada a da CET-Rio. A empresa espanhola, que conquistou o direito de administrar todos os estacionamentos da zona sul da cidade, não vem cumprindo com as exigências contratuais firmadas no processo de licitação. O resultado é um prejuízo para os funcionários que atuam nos estacionamentos públicos gerenciados pelo grupo espanhol.
É o caso de Dário Barreto que trabalha há 10 anos como flanelinha, e atua na zona sul há 9 anos
Dário Barreto já pensa em mudar de profissão
Dário explica que na época em que era autônomo o seu serviço era comissionado em R$1,20 por talão, o que lhe rendia um salário líquido de até R$1.600,00. Hoje, ele recebe um salário fixo de R$500,00. O que, segundo o próprio guardador, compromete no sustento de sua família e despesas da casa.
- Eu tenho duas filhas e pago pensão alimentícia em juízo e o colégio da mais velha. Com o salário que eu recebia eu pagava todas as minhas despesas pessoais e o meu curso. Agora só me restam R$6,00 por mês, explica de forma inconformada.
Dário em sua rotina nas ruas de Ipanema
DEFICIENTES E IDOSOS FICARAM SEM VAGA
Hoje a zona sul carioca conta com 1.800 vagas e 4.000 guardadores atuando nestes estacionamentos. Com a privatização do serviço houve uma redução de 40% no quadro de funcionários, e os mais afetados com este corte foram os guardadores deficientes físicos e idosos.
O Sindicato dos Guardadores de Automóveis do Estado e Região (Singaerj) entrou com uma liminar na justiça para cassar a privatização do setor, em função destas irregularidades apontadas pelos guardadores. Outra manobra adotada pelo sindicato, seria recolocar os funcionários demitidos em vagas que não são controladas pela Embrapark.
Os guardadores chegaram a realizar uma manifestação na Câmara Municipal em protesto contra as atuais condições de trabalho. Segundo Dário Barreto, 10 vereadores se mostraram interessados em defender a causa dos flanelinhas e, inclusive, o deputado estadual Wagner Montes se ofereceu a prestar ajuda aos guardadores de carros.
- Já propus aos demais flanelinhas para abrirmos um processo no Ministério do Trabalho e procurarmos o Wagner Montes em seu programa na televisão, afirma Dário.
De acordo com o sindicato, o lucro obtido pela empresa com os pontos localizados na zona sul, atinge a faixa de R$1,3 milhão mensais. A privatização do serviço rendeu aos cofres da Prefeitura R$1,7 milhão. O processo de licitação foi iniciado pelo ex-prefeito César Maia e finalizado pelo atual prefeito, Eduardo Paes.
Um comentário:
boa tarde, sou vinicius paiva dos anjos analista de sistemas e webmasters do SINGAERJ, venho parabenizar esse blog por divulgar a verdadeira situção do guardador da chamada "area azul". ainda bem que existem alguns profissinais serios nos nossos meios de comunicações. Parabens!
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